domingo, 24 de junho de 2007

Amor e Ódio


      Eu era uma menina indefesa, que não sabia o que era amor, mas amava! Não sabia o que era ódio, mas odiava... Não sabia das coisas que sentia, daqueles sentimentos, apenas os tinha e nada podia fazer.

      Eu era uma jovem inconstante, de um sorriso iluminante mas que se acabava quando o via passar. Meu ódio só aumentava cada dia, momento, segundo, mais. Mais. Mais. Mais.

      A luxúria tomara conta de mim, eu queria todos os homens, eu os seduzia. Eu usava todos os meus truques, inventava novos, eu os queria como o Diabo tá querendo minha alma. Eles seriam meus, estariam na palma de minha mão, SOFRERIAM os meus atos, as minhas crueldades.

      Eu quis, mais do que minha própria vida, a vida deles. Queria tê-las, queria a de cada um, tê-los como fantoches, comandá-los. Eu conseguia.

      Meu poder de sedução era imenso, eu os olhava e logo mais estariam na minha cama, como eu queria. Eu conseguira tudo o que quisera, menos o amor.

      Eu deixei de lado tudo pra satisfazer minha luxúria, esqueci de ser feliz porque vivi a felicidade no meu ódio e isso era uma falsa felicidade que me enganava, me tinha, roubava minha vida, em troca do que eu achei que fosse a felicidade... Mas não encontrei o amor.

      Eu fiz tudo isso querendo descontar minhas raivas e frustrações porque não era amada, eu nunca pude dizer que era amada. Minha vaidade me domava, me tomava, e eu era cheia de mim, achando que ISSO era a felicidade.

      Eu pude, por longos instantes, esquecer que o amor existe, esquecer que eu o queria mas não o tinha, eu cobiçava aquilo e não podia ter... Como eu quis! COMO EU QUIS.

      Eu matei. Matei mesmo, não escondo de você nem de ninguém. EU PRECISEI! Eu matei pra saciar minha sede de vingança, minha vontade de ter vida pois eu não mais saberia o que é viver assim, eu não sei o que não ter o que se quer nas mãos, eu desaprendi a conquistar, eu só queria ganhar, eu matei. Mataria mais se fosse preciso, bastava falar de amor perto de mim e eu mataria. Eu mataria o amor, eu quis matar o amor, quis feri-lo. Mas o amor(?) era invencível, era forte mesmo que frágil, era inquebrável mesmo que em cacos, eu nunca pude entende-lo. Eu queria que ele morresse, não ele, mas o amor. Eu teria que matar a mim mesma, mas talvez ainda assim o amor não morresse. Eu queria morrer, ele não. Eu não queria que eu morresse, ele sim. Não me diga que o amor é lindo que eu já vi que não é. Ele é mentira, minha vida, é ele é dor, minha dor, é sangue, meu sangue, é morte, minha morte. Minha morte. Minha morte.

      Resumi o amor. E eu? Eu sou o Diabo que há em mim. Eu sou o demônio de mim, parte de mim é amor, o todo é ódio: eu matei o amor, e tirei parte de mim; eu matei o amor, e ele matou o ódio. O amor matou a mim.

Um comentário:

Anônimo disse...

eu acho que precisamos chamar o exorcista! huahuahuahuahu :X mas calma :P

"O amor é uma faca e dois legumes, a luz anal do vagalume que ilumina o meu sofrer." (Mamonas Assassinas). Eu até hoje bolo 1 plano pra matar o amor, mas o amor não morre, o amor faz parte do ser humano, o ódio também, se não houver amor não há ódio, e se não houver ódio também não há amor, então, acho que a solução é soltar uma bomba pra detonar o amor e o ódio de uma vez. Mas ai se eles morrem, ficam os filhos: o afeto e a raiva. sabe?? que podem crescer e virar adultos novamente. :T ai complica...

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